Jean-Gabriel de Tarde (Sarlat, 12 de março de 1843 — Paris, 12 de maio de 1904)
foi um filósofo, sociólogo, psicólogo e criminologista francês.
A família de Tarde era de origem
nobre e vivia na região de Sarlat, desde a Idade Média. Entre os seus antepassados
conta-se Jean Tarde (1561-1636), capelão particular do rei de França Henrique
IV, astrónomo e amigo de Galileu. Gabriel Tarde tinha apenas sete anos
quando o seu pai morreu. A sua mãe confia a educação de Tarde aos jesuítas de
Sarlat, onde faz os estudos secundários. Porém, Tarde revolta-se diversas vezes
contra o rigor excessivo dos jesuítas tentando a fuga.
Em 1860,
obtém o bacharelato em Letras com a classificação de Muito Bom, seguido do
bacharelato em Ciências. Após os estudos secundários, começa
a sofrer crises oftalmológicas, que o obrigam a viver longos meses em locais
escuros. Entretanto, inscreve-se na Faculdade de Direito de Toulouse, mas
depois transfere-se para Paris. Numa tentativa de superar a sua doença, inicia
uma devoção mística a Santa Teresa de Ávila,
mas o rigor da meditação fá-lo regressar à vida laical. Nesses momentos,
escreve poemas, faz longos percursos pedestres e tem as primeiras intuições
filosóficas ao ler os filósofos alemães: Hegel, Leibniz e Cournot. Em finais de 1866,
termina o curso de Direito. Em 1867,
inicia a sua carreira na magistratura: secretário do juiz de Sarlat, juiz
suplente e finalmente juiz de instrução. Nessa época, os problemas
oftalmológicos tinham desaparecido quase totalmente.
Tarde começa a sua carreira de
investigação primeiro na Criminologia publicando vários artigos, nos quais
entra em polémica com o criminologista italiano César Lombroso. Para além da Criminologia,
publica também artigos nas áreas da Sociologia, Filosofia, Psicologia Social e Economia. Em 1894,
é nomeado director da secção de estatística criminal do Ministério da Justiça
em Paris, cargo que conserva até à morte. Nesta cidade, continua uma vida
intensa ligada à investigação nas Ciências Sociais e Humanas: colóquios,
congressos, artigos e polémicas (desta vez com Émile Durkheim, ao qual se opõe na definição e
metodologia da Sociologia). A partir de 1896,
foi regente de disciplinas na École Libre de Sciences Politiques e deu lições
no Collège Libre des Sciences
Sociales. Em 1900,
aceita a regência da cátedra de Filosofia Moderna no Collège de France.
A vida intensa de Gabriel Tarde
chega ao fim na noite de 12 de Maio de 1904. Momentos antes de morrer, reordena
as suas notas para o seu próximo trabalho - La
conversation et son rôle social- e lê-as a um dos seus filhos. Depois,
parte para o reino da morte com a idade de 61 anos.
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