Friedrich Ratzel (Karlsruhe, 30 de Agosto de 1844 — Ammerland, 9 de Agosto de 1904) foi um geógrafo e etnólogo alemão, notável por ter criado o termo Lebensraum (espaço vital).
Determinismo ambiental
O Historiador francês Lucien Febvre considerou Ratzel como determinista geográfico; porém, suas críticas desqualificaram o geógrafo alemão quase sem contribuir construtivamente para a ciência geográfica.[1] De fato, Ratzel deixou bem claro no início do seu livro Antropogeografia que ele é contra o determinismo simplista.[2][3]
Já na Antiguidade procurava-se explicar as diferenças entre os povos
com base em raciocínios deterministas acerca das influências naturais
sobre a fisiologia humana, sobre o “caráter” de cada povo ou ainda sobre
as formas de organização política. A ideia popular de que certos grupos
nacionais ou regionais seriam preguiçosos devido aos efeitos do clima
quente sobre a disposição física das pessoas exemplifica esse tipo de
raciocínio, pois expressa uma relação direta de causa e efeito entre
clima e comportamento. Em Ratzel, porém, a adaptação do homem ao
ambiente é entendida sob a ótica da utilização de recursos naturais para
a reprodução dos elementos materiais da cultura, o que muda
completamente o sentido da interpretação. Esse autor entendia que o
ambiente interfere no desenvolvimento de uma sociedade na medida em que
pode oferecer melhor ou pior acesso aos recursos, atuando assim como
estímulo ou obstáculo ao progresso. As leis que governam a história
humana são, assim, produtos de um processo dinâmico e permanente de
adaptação ao ambiente, e não um resultado direto da ação de fatores
naturais, como o clima ou o relevo, sobre os homens[4].
Com respeito à obra Geografia Política, muito "mais do que uma crítica "possibilista"
ao "determinismo" de Ratzel, nos termos simplistas de Lucien Febvre,
trata-se de uma perspectiva epistemológica ampla, que defende a não
fragmentação da Geografia, nem em termos de valorização de ramos
específicos (seja a geografia física, seja a geografia política), nem em
termos de ênfase a uma escala prioritária (como a do Estado)."[5]. Esse e outros estudos de Ratzel sobre o tema das relações entre espaço e poder deram origem à geografia política como ramo de estudos da geografia e também da ciência política.
Conceito
Para "Ratzel, promover a história significa, em primeiro lugar, acelerar
a luta pela vida, a seleção natural, entre as comunidades humanas (ou
estados), no sentido darwiniano."
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